segunda-feira, 28 de março de 2011

Lendas Piauienses: Zabelê


Uma espécie de "Romeu e Julieta" piauiense.
Muitos antes que nossos índios fossem exterminados, habitavam nas terras próximas ao rio Canindé (sul do estado) duas tribos que viviam guerreando entre si: Montecchios e os Capuletos... quer dizer, Amanajós e os Pimenteiras.

Zabelê, a filha do chefe dos Amanajós achou de apaixonar-se por Metara, guerreiro da tribo dos Pimenteiras. É óbvio que este romance não ia terminar bem (assim como o conto cheiquispiriano), entretanto, os pombinhos encontravam-se às escondidas no meio da mata. Zabelê todas as tardes saia da aldeia para encontrar seu namorado, mas dizia para seu pai que estava indo colher mel próximo ao encontro dos rios Itaim e Canindé.

Para piorar, a jovem estava prometida em casamento ao velho Mandaú, feiticeiro pimenteiras. Mandau começou desconfiar das "fugidinhas" da sua futura noiva, ia buscar mel e voltava com "uma mão na frente e outra atrás", como se diz no Piauí, ou seja, voltava de mãos vazias. Certo dia o feiticeiro seguiu a jovem e flagrou o encontro amoroso.

No outro dia, Mandaú juntou alguns guerreiros Pimenteiras e armaram uma tocaia pro casal. Uma luta se travou até que morreram o trio protagonista. O fato deu origem à outra guerra que durou sete sóis e sete luas. Mas Tupã teve pena dos dois amantes e resolveu transformá-los em duas belas aves que andam sempre juntas e cantam tristemente ao entardecer. Mandau foi castigado e transformado num gato maracajá, eternamente perseguido pelos caçadores por causa do valor da sua pele. Zabelê vive cantando ainda hoje a tristeza da seu amor infeliz.

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